A OPORTUNIDADE POLÍTICA PARA AS 
GUARDAS MUNICIPAIS


Willian Moura*



As Guardas Municipais, consagrada instituição policial municipal é uma realidade em grande parte das cidades brasileiras. 

Embora os governos federal e municipais insistam em ignorar sua importância para a reestruturação das políticas de segurança pública em âmbito nacional, a cada dia elas estão crescendo e algumas delas se estruturando, modernizando e qualificando seus efetivos para melhor servir e proteger a população de suas  cidades, sempre em colaboração com demais forças de segurança no território.





Quando lemos e ouvimos sobre a palavra "crise na segurança pública", o que vemos como resposta dos governos, é a criação de mais policiais, emprego das Forças Armada e da Força Nacional de Segurança, todas elas entrando nos municípios apenas para empregar a força contra a criminalidade.

"A crise começou lá atrás", como bem leciona o Prof. João Alexandre, do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos (CESDH), ao afirmar que "uma segurança pública eficaz se dará quando a definitiva incorporação da polícia municipal estiver consolidada e ela for alçada à importância primeira para atuar nos fatores geradores de crime e da violência", e completamos dizendo que, ao governo federal, cabe neste momento olhar para as Guardas Municipais e implantar um plano estratégico para seu melhor aproveitamento nas questões de segurança pública, afinal elas também são polícias com enormes capacidades jurídicas de atuação.

Tais ações legais e burocráticas, devem contemplar questões como: (i) armamentos, (ii) formação única, (iii) controle federalizado, (iv) transferência de recurso para estruturação e, (v) rígida fiscalização sobre seu nível de qualidade administrativa; como também fiscalização sobre como os prefeitos estão tratando as questões de segurança em cada cidade. 

A cientificidade deve fazer parte deste novo modelo, com emprego de metas de gestão e controle de indicadores para o eficiente enfrentamento da criminalidade, integração de recursos técnicos e sólida atuação conjunta com outros órgãos da adminisração. 

Temos neste momento uma sólida oportunidade para que nossas lideranças estabeleçam e apresentem um plano de contingência, onde os municípios passem de meros financiadores de ações das polícias estaduais a atores mais diretos, através do melhor emprego de suas polícias municipais.

Relegar o município a um simples hospedeiro de forças externas em seu território, patrocinando, acolhendo e promovendo ações desconexas e temporárias, apenas agravarão o problema e impedirá que possamos enfrentar o crime com a devida capacidade técnica de resposta.


Willian Moura 
Guarda Municipal da Cidade de Lagoa da Prata (MG)
Gestor de Recursos Humanos
Pós Graduando em Ciências Policiais, Segurança e Ordem Pública (IPEP/CESDH)
Educador Policial do Programa PEPCEx
www.pepcex.com.br










  

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