GUARDA VOTA EM GUARDA, EM QUE TIPO DE GUARDA?





         Estamos em época de eleições e como em todos os lugares, e não poderia deixar de ser assim nas organizações policiais, começam como pipocas, saltar das corporações as conhecidas figurinhas carimbadas agora, conhecidas como pré-candidatos, arvorando-se a uma cadeira no legislativo municipal. Até ai tudo bem,mas o que devemos analisar em se tratando das Guardas Municipais?

        Sabemos das agruras, descasos, atrasos, sucateamento e pouca valorização das Guardas Municipais tanto pelo Executivo, quanto pelo Legislativo municipial. Prefeitos e Vereadores desconhecem a verdadeira potência jurídica desse órgão municipal de segurança, que pode ser empregado de múltiplas formas à serviço dos munícipes e da própria gestão, como bem preceitua a Lei 13.022/14. Além disso, muitas vezes, as instituições ficam na dependência de um vereador padrinho, que de vez em quando ajuda em alguma coisa, mas muito raramente.

       Exatamente por essas condições e contexto, elas estão se lançando na possibilidade política de eleger vereadores oriundos de seus quadros, o que é nada mais do que justo e natural. O lema "Guarda vota em guarda" ganha força no universos azul marinho, motivando o lançamento de candidaturas em todo o Brasil. 
Caso todo o processo siga o seu curso natural, o amadurecimento da ideia trará para o Legislativo diversos vereadores os quais, esperamos que de fato, defendam e proponham soluções para as problemáticas de sua categoria.

        Porém, quero aqui pontuar algumas questões que tem a ver com o título desse artigo, o qual provoca uma reflxão extremamente necessária. Se a ordem natural é que guarda vota em guarda, resta apenas sabermos a que tipo de guarda será direcionado estrategicamente o voto de seus pares. Analisemos alguns tipos de guardas:

Guarda "que se dane" - é aquele que não soma com nada, não acredita em nenhuma ação positiva, vê só o seu lado e está pouco preocupado com os problemas que atingem a todos. Mas quando é do seu interesse, corre atrás, pede ajuda, se vira nos 30 e consegue uma sombrinha refrescante para si;

Guarda "Chorão" - Reclama de tudo, nada está bom, é a vítima padrão, alega que ninguém gosta dele, tudo é perseguição, assédio moral ou azar;

Guarda "sindicalizado" - Não faz nada, não viu nada, não sabe de nada e o que lhe interessa é apenas a estabilidade/imunidade oriundas do seu cargo representativo. Nunca impetrou uma ação em favor de seus colegas como sindicalista, diz que "não adianta lutar contra o sistema" e que o sindicato "é uma porcaria", "tudo vendido" e aconselha sempre que "não é bom mexer nesse vespeiro". Mas ele mesmo não abandona o cargo;  

Guarda "segura cipó" que é o que se agarra a qualquer coisa que a administração superior lhe der (cargo, função, etc) desde que fique quietinho e não deixe a instituição pedir nada ou  trazer algum incômodo para a o Prefeito ou seu Secretário 9Geralmente um PM da reserva). Co isso, fica no cargo, nada produz, preserva suas divisas e vende até sua alma para continuar no poder;

Guarda "eterno candidato" já incorporou o cargo de suplente, mas nunca se elegeu. Muda de partido mais do que roupa, tem a solução na ponta da língua para os problemas, mas seus pares jamais lhe deram a justa oportunidade dele se eleger e provar o seu valor;

Guarda "para-quedas" Se lança candidato apenas para conseguir alguns votos para negeociá-los lá na frente com o Prefeito vencedor, a fim de um cargo de CD, Inspetor ou se der sorte até fde comando. A sua candidatura era apenas para isso ou para tirar aquela conhecida "licença candidato". Não tem proposta, não tem histórico de luta, apenas o seu plano já bem calculado;

>   E finalmente, temos o Guarda "idealista", geralmente jovem acredita em mudanças, disposto a lutar, cheio de propostas e obviamente sem condições financeiras para emplacar uma campanha exitosa. Ficha limpa, bom colega de trabalho e disposto a concorrer com os tipos acima citados, Talvez até consiga ser eleito (essa é a esperança), mas terá grandes diculdades em lidar com um fenômeno recorrente, que é exatamente a diminuição das possibilidades por aquela quantidade exagerada de candidatos por corporações. 

      Nesta eleição, os guardas municipais devem melhorar o seu filtro na hora da escolha, avaliar os tipos e subtipos de candidatos e tentar convencer aqueles que realmente sabem que não terão chances, em se irmanar em torno de um candidato mais forte, contribuindo sobremaneira para a conquista de pelo menos uma cadeira no legistaivo.

Pensem nisso e sucesso.   


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